Que Dor ! (sc 1981)

Oh!...
Estou passando mal!
Dói  a mão ,dói o pé dói o tal...
Dói o estômago
dói  a cabeça
dói tudo em geral!
Dói o bolso vazio
Dói o cheque sem fundo
Dói a conta que nem é mais corrente...
Dói o preço da comida :
                          -o sal ficou realmente salgado,                
                          -o açucar vai mal!
                          -o arroz ficou amarelo ,de espanto,
                          -o feijão já nem é mais roxo,ficou preto,e se perdeu na noite calada
já sem salada ,e o tomate horrorizou-se enquanto a alface amarelou e o pepino virou galã...
A carne sumiu até de meu corpo desvitaminado ! anêmico ! desequilibrado !

Oh!... 

Estou passando mal!

Dói  a mão ,dói o pé dói o tal...

Dói a vista vendo a carteira,

Dói a boca paralisada...

É uma dor tão doida

Que dói até no caixão 

Com o preço do funeral !!!

Infinitamente Eterno ...(sc 1987)

Galopamos... Ouçam o som!

É o acorde suave do vento

Acariciando nossas faces... 

O sol brilha,

O sol aquece...

A luz reluz nos minúsculos grãos de areia que tornam macio nosso chão...

Transcorre o dia, penetramos na noite, adormecemos no olhar sublime do entardecer,

enquanto ao longe ,

aqui bem próximo de nossos corações,

desabrocha a beleza da flor na palavra Amor!

Retorce, contorna a vestimenta pura o simples significado da compreensão infinita.

Galopamos... Sintam o som!

É o voar sublime do levitar ,do entoar canções ,do olhar que protege,

do manto que aquece,da imensidão do respirar.

O sol brilha,

O sol aquece...

A luz reluz nos minúsculos grãos de areia que tornam macio nosso chão...

Lembra !?

Quando o sorrir corria parado na intensidade do momento?

Lembra !?

Quando os amores se amavam na simplicidade do sentimento?

Lembra !?

Há uma ponta de lembrança na pontinha do vento que não cessa de caminhar.

Há um suspiro de emoção na torrente do fluir das águas que não param jamais.

Lembra? ...Galopamos...

E eram verdes os vales enquanto as águas adoçavam meus lábios macios...

Lembra?... Galopamos interiormente por mundos desconhecidos das mentes mortais

Quão mortais!!!

E deixamos nossos espíritos fluírem

nos acordes profundos das fragrâncias suaves sem interrompê-las .

É noite,

Talvez silenciosa,

Talvez lenta,

Porém majestosamente bela!

Galopamos... Ouçam o som.

Lembra?

É vida simples dentro deste universo suave... Infinitamente Eterno!!!